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HISTÓRIA DE VISEU



Era uma vez...
um pequeno burgo situado no interior, perto do sopé de uma grande montanha que foi crescendo, crescendo e que se transformou numa cidade a que foi dado o nome de Viseu.

A sua história foi-se construindo, ao longo dos anos, com as conquistas dos seus heróis, com as suas tradições, com os seus artistas, os seus monumentos, transformando-se num espaço agradável, tal como o poeta o cantou.

Viseu

Senhora da Beira

Eternamente bonita

Ditosa e sempre romeira 

Duma beleza infinita

Numa das mãos o rosário

Na outra o fuso a bailar

Ao longe a voz do Hilário

Cantando o fado ao luar.

Viseu

Cidade museu

Onde Grão Vasco nasceu

Um génio de pintor nato

Alvor, do Lusitano valor

Desse general pastor

Que se chamou Viriato

Viseu

Senhora da Beira 





Sabes como nasceu esta cidade?

Como todas as cidades, a sua história é feita de lendas, pequenas histórias que vêm sendo contadas, passando de geração em geração, tentando explicar as transformações que os espaços e a vida dos homens sofreram, através dos tempos.

Não é por acaso que a cidade tem o nome de VISEU.

Conta-se que, nos tempos da reconquista, os guerreiros cristãos chegaram perto da cidade, pelo lado do Nascente. Desse local, onde se dividem as águas dos rios Pavia e Dão, avistaram uma localidade pendurada num alto e um deles perguntou:

-Que viso (vejo) eu?

Desta pergunta surgiu o nome Viseu.

Como vais ver, esta cidade atravessou vários períodos da nossa História.

Diz a lenda que, muito antes de se ter constituído o reino de Portugal, havia em Viseu um rei chamado D. Ramiro II.

Um dia, este rei partiu em viagem para outras terras. Nessa viagem, conheceu Sara, irmã de Alboazar, rei do castelo de Gaia, por quem se apaixonou.

Quando voltou da viagem, a sua paixão por Sara era tão grande, que nunca mais se importou com a sua esposa D. Urraca. Perdido de amores, resolveu raptar Sara.

Entretanto, o irmão de Sara, ao saber do que aconteceu, ficou furioso e resolveu vingar-se. Então raptou D. Urraca e levou-a para o seu castelo.

D. Ramiro, ferido no seu orgulho, regressou à cidade de Viseu e aí escolheu alguns dos soldados mais valentes. Ao chegarem ao castelo de Gaia, os soldados esconderam-se num pinhal e o rei, disfarçando-se de peregrino, escondeu-se no castelo.

Como Alboazar tinha ido à caça, o peregrino encontrou o caminho livre e chegou facilmente junto da rainha D. Urraca, a sua verdadeira esposa. Ao vê-la, D. Ramiro despiu o disfarce e tentou abraçá-la. D. Urraca, como sabia que tinha sido traída pelo marido, afastou-o furiosa. Começaram a discutir. Nesse momento chegou Alboazar da caçada. Como D. Ramiro não podia fugir, D. Urraca, confusa, escondeu-o num armário; todavia, ao ver entrar Alboazar, resolveu vingar-se, abrindo as portas do armário.

D. Ramiro foi levado para ser executado.

Ao chegar ao lugar da execução, pediu que o deixassem despedir-se dos sons da sua buzina, antes de morrer.

Como o deixaram realizar o desejo, D. Ramiro pegou na buzina e tocou três vezes, com todas as suas forças. Era este o sinal que ele tinha combinado com os seus soldados para que estes, ao ouvi-lo, lhe acudissem imediatamente.

Assim, de repente, saindo do pinhal onde estavam escondidos, os soldados cercaram o castelo e incendiaram-no. Alboazar morreu às mãos dos soldados de D. Ramiro.

Esta lenda ficou lembrada para sempre na história de Viseu, representada no campo (centro) do Brasão da cidade.

Tudo o que acabaste de ler são histórias que o povo conta; mas a verdade histórica desta cidade foi investigada por estudiosos que se interessaram por reconstituir os acontecimentos relacionados com o seu espaço e as suas gentes.





Sabes como apareceu a muralha que circundava toda a Cidade Velha?
Em 1385, Viseu foi atacada, saqueada e incendiada pelas tropas de Castela, que foram vencidas depois em Aljubarrota.

Depois deste ataque, D. João I mandou construir uma muralha para defesa da cidade, que só foi concluída no reinado de D. Afonso V; daí chamar-se muralha afonsina, cujos vestígios são hoje, para além de algumas partes da muralha, as portas do Soar e a Porta dos Cavaleiros.

A partir do séc. XIV, a cidade desenvolveu-se para fora das muralhas da Sé.

Viseu foi doada ao Infante D. Henrique, o 1º Duque de Viseu.

Em 1513, D. Manuel concedeu a Viseu foral novo. É neste século que a cidade inicia uma fase de expansão, que se estende para a actual zona central, o Rossio. Em pouco tempo, este novo centro começaria a ser local de encontro da sociedade. No entanto, só três séculos mais tarde foi construído o actual edifício da Câmara Municipal.

Como vês, foi ao longo de muitos e atribulados séculos de história, no meio de lutas, sacrifícios, derrotas e vitórias, que se construiu uma cidade em que hoje o passado e o presente se misturam com harmonia, dando-lhe uma personalidade própria, que lhe permite oferecer uma qualidade de vida àqueles que nela vivem ou que a visitam!



VIRIATO



Após a segunda guerra púnica * (218-201 aC), Roma dominava o Leste e o Sul da Península Ibérica. As zonas Oeste e Norte eram ainda dominadas por populações indígenas (iberos) e celtas. Uma federação de tribos lusitanas, que habitavam as regiões mais ocidentais, resistiu à penetração romana, sob a liderança brilhante de Viriato, de 147 a 139 aC. 



As batalhas entre tribos lusitanas e o império romano tiveram início cerca do ano 193 bC. Supôe-se que Viriato, filho de Comínio, terá nascido na localidade de Aritius Vetium (actual Alvega), e que terá tido de algum modo acesso a vários aspectos culturais e experiências, para além das actividades de pastor de rebanhos e caçador, que lhe permitiram desenvolver a guerra de guerrilha, com estratégias e tácticas sofisticadas, chegando mais tarde a dialogar positivamente com os representantes de Roma, e alcançando inclusivé a designação de "Amicus Populi Romani", ou seja, aliado em paz com Roma.



Em 150 aC, o pretor romano Sérvio Sulpício Galba aceita uma proposta de paz, em que se incluia o desarmamento dos lusitanos. No entanto, Galba não cumpriu a sua parte do acordo, procedendo ao massacre de cerca de 10 mil lusitanos, sendo outros 20 mil enviados para a Gália, onde foram vendidos como escravos. Viriato foi, afortunadamente, um dos poucos sobreviventes a esta chacina.

Viriato aparece na História quando, em 147 aC, se opôe à rendição dos lusitanos a Caio Vetílio, que os tinha cercado no vale de Betis , na Turdetânia. Viriato lembra aos seus companheiro a traição anterior de Galba.

A fama de Viriato como guerreiro e estratega foi crescendo entre as várias tribos lusitanas, o que lhe permitiu vir a tornar-se o líder efectivo de uma coligação de tribos lusitanas, pela primeira vez na história unidas por um objectivo comum.

Derrota os romanos no desfiladeiro de Ronda, que separa a planície do Guadalquivir da costa marítima da Andaluzia, fazendo nas fileiras inimigas uma espantosa chacina, tendo sido morto o próprio Vetílio.

Em 145 AC Quinto Fábio Máximo, irmão de Cipião "O Africano" é nomeado cônsul na Hispania Citerior e é encarregado da campanha contra Viriato ao comando de duas legiões. Ao princípio tem algum êxito, mas Viriato recupera e em 143-142 aC volta a derrotar os romanos em Baecula e obriga-os a refugiar-se em Córdova.
Simultaneamente, seguindo o exemplo do chefe lusitano, as tribos celtibéricas da Hispânia Citerior (Belos, Titos e Arevacos) revoltavam-se contra as prepotências romanas, acendendo uma luta que só terminaria em 133 aC, com a queda de Numância.

Em 140 aC Viriato derrota o novo consul Fábio Máximo Serviliano, matando mais de 3.000 romanos, encurralando o inimigo e podendo destroçá-lo; no entanto, deixou Serviliano libertar-se da posição desastrosa em que se encontava, em troca de promessas e garantias de os lusitanos conservarem o território que haviam conquistado. Em Roma, esse tratado de paz foi mais tarde considerado humilhante e vexatório; como consequência, o Senado romano volta atrás na sua palavra, e declara guerra a Viriato.



A destruição de Cartago, o principal centro de oposição ao poder de Roma, terá sido um elemento importante na viragem da guerra, pois Roma pôde reforçar as suas tropas nas restantes frentes, incluindo, claro, a frente ibérica.

Em consequência da atenção e poder militar concentrado de novo na Iberia, para além da desmilitarização lusitana que entretanto aconteceu, as tropas romanas conseguem levar Viriato a refugiar-se a norte do rio Tejo, num lugar denominado "monte de vénus" (presumivelmente localizado entre Cáceres e Badajoz). Face aos avanços do general romano Quinto Servílio Cipião, Viriato, em posição difícil, enviou-lhe três emissários (Audax, Ditalco e Minuro) para negociar a paz.

Em 139 aC, Viriato foi assassinado durante o sono, por estes mesmos três emissários. Após o assassinato, estes refugiaram-se junto do procônsul romano Servílio Cipião, reclamando o prémio prometido. No entanto, o procônsul ordenou a sua execução, tendo ficado os três expostos em praça pública com os dizeres "Roma não paga a traidores".

O exército lusitano, chefiado por Táutalo, até então o braço direito de Viriato, tentou ainda uma incursão contra os territórios do Sul, mas foi vencido.






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